quinta-feira, 20 de maio de 2010

O som do Filhos de Omolú

Com políticas afirmativas de resgate e valorização de uma cultura afro-baiana, o Afoxé Filhos de Omolú foi criado no ano de 2007 e vem até hoje desfilando pelas ruas na época do carnaval. Mas de fato o primeiro desfile do bloco foi em 2008 com temas baseados no candomblé. Assim as Iabás e Babalorixás do terreiro Ilê Axé Filho de Ogum da comunidade de Lobato tiveram grande influência na construção dessa instituição, quando levou todos os membros para desfilar no carnaval iniciando as atividades desse bloco.

Atualmente, o presidente Francisco Cruz que fala pelo Afoxé, mantém os ensaios do grupo no Mercado Santa Bárbara (Cabula VI), no qual comparecem muitas pessoas que são ligadas e tem simpatia pelo bloco. A instituição possui atividades sociais que se baseiam em aulas de reforço escolar para crianças e adolescentes do bairro do Lobato já que a mesma tem a sua sede instalada na região.

Como nos outros dois Afoxés descritos nessa matéria, o Filhos de Omolú tem o ritmo Ijexá nas suas músicas. Assim constatando uma predominância do mesmo nos Afoxés da Bahia. As formações dessas músicas novamente se baseiam nos temas que o bloco escolhe, como em sua grande maioria destinados a orixás, não fugindo desse padrão os Filhos de Omolú.

Para o presidente do bloco, existe um preconceito sobre as músicas dos Afoxés. Já que a grande maioria dos blocos saem pela madrugada, não ajudando na divulgação do trabalho dessas instituições. Ele lamenta também, que a mídia da pouco espaço em jornais, rádios e emissoras. Mas isso não enfraquece a música dos Afoxés que encantam milhares de turistas todos os anos, segundo ele. Atabaques, Agogôs e Xequerês são os instrumentos utilizados com maior freqüência entre os músicos do Filhos de Omolú.

Novamente é um bloco com influências de matrizes africanas e reafirmam que se consideram um candomblé de rua. Francisco Cruz, por sua vez, fala que o maior desafio no que se refere na construção das músicas do bloco é a falta de um patrocínio vigente para eles. Em sua opinião, as grandes empresas deveriam colocar fé nos Afoxés de Salvador já que eles são a raiz do carnaval da cidade.


Portanto, a musicalidade dessas instituições que se baseiam em raízes, faz parte da construção de uma festa que há muitos anos se alimenta da magia dos Afoxés: o carnaval de Salvador. Afoxés esses como: Filhos de Gandhy; Filhos de Korin Efan; Ilê Oyá; Filhos de Omolú; Filhos de Olorum; Bloco Ijexá da Bahia; Filhos do Congo entre outros, que fazem parte de uma cultura de raiz africana e embeleza as ruas da cidade na época da folia.

Cantar cada melodia, sentir cada uma delas faz com que as pessoas sintam uma música que é feita com conteúdo histórico e acima de tudo com simplicidade. E ver um Afoxé passar sempre nos renova como filhos de uma terra que exalta música e alegria.
Onde vai, papai ojô/ Vou depressa por aí/ Vou fazer minha folia/ Com os filhos de Gandhy/ A nossa turma/ É alinhada/ Sai do meu bloco/ Pra fazer a patuscada/ É mori, moriô, babá/ Babá, ô, kiloxê, jocô. (Música: Patuscada de Gandhy)

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