segunda-feira, 7 de junho de 2010

Anos 2000



O trio elétrico comemora o Jubileu de Ouro. O trio Armandinho, Dodô e Osmar continua tocando no carnaval para a pipoca e bandas da nova geração sobem no trio a exemplo da banda Psirico comandada por Márcio Victor, que afirma que começar a tocar em trio foi muito natural já que o ritmo pede.

A guitarra baiana continua a atrair adeptos. “Dá orgulho pra gente de ver hoje a dimensão que isso tomou. Tanto do trio quanto da guitarra baiana. Tinham poucos, Luiz Caldas, Pepeu Gomes da antiga e tem o pessoal novo, Durval (Lelys). Isso divulga o instrumento, isso é muito bom e só me dá orgulho de saber que foi inventado pelo velho Osmar e pelo velho Dodô”, afirma André.

O desenvolvimento tecnológico permitiu o aperfeiçoamento gradativo tanto da estrutura do trio elétrico, quanto da aparelhagem e dos instrumentos. “Naquela época o som, a tecnologia era uma coisa muito incipiente, muito arcaica ainda. Tinha que se descobrir como eles descobriram o pau elétrico. Dodô que fabricava os instrumentos que não existia para vender. Então era uma coisa de pioneirismo mesmo”, enfatiza André.

Qualidade é o principal objetivo de quem faz som no trio e para isso é necessário estudo e dedicação. “O Psirico faz questão de ter um som de qualidade, afinal de contas, a gente trabalha tanto, estuda, pesquisa, e na hora de apresentar ao público, realmente precisa estar tudo direitinho para dar certo. Cuidamos dos instrumentos, sempre procuramos o que há de melhor no mercado, para oferecer sempre a maior qualidade. É uma preocupação de toda equipe, mas principalmente minha porque vim de uma formação percussiva, então percebo facilmente quando tá indo tudo bem ou não”, explica Márcio.

A música de trio há muito tempo atrai diversas vertentes musicais a exemplo do ijexá, inserido no trio por Moraes Moreira. Hoje até o kuduro, ritmo angolano, já faz parte da festa. “Foi muito bacana isso. A primeira vez foi em 2008 quando convidei o angolano Dog Murras e sua equipe para uma apresentação com o Psi durante o carnaval. Deu muito certo, fizemos vários dias, a galera pirou! Afinal de contas, são dois ritmos muito próximos (axé da Bahia e o kuduro, o samba da África) e as danças são muito divertidas também. E foi muito bom, tanto que repetimos em vários shows do Psi, no carnaval 2009 e ainda fizemos grandes projetos juntos. Gravamos música, CD, clipe... foi uma festa! Eles devem retornar em breve.”

Ritmos como forró, pagode e rock também estão crescendo gradativamente no cenário em que há predominância do Axé Music. “Tudo é bem vindo, desde que faça música de qualidade. Eu acho que não importa o ritmo. O que eu gosto de prezar muito é pela qualidade musical, pela qualidade de letras. Isso é que é importante. Qualquer ritmo tem coisas boas e coisas ruins”, sinaliza André.

Esse ano, o trio completa 60 anos e os agradecimentos foram feitos mais uma vez aos criadores Dodô e Osmar, sendo escolhido inclusive como tema do carnaval. Orlando Campos, responsável por manter o sonho do trio elétrico, está hoje com 77 anos e continua grato aos pais da máquina da alegria. “Eles que foram os meus professores e me ensinaram a arte de fazer felicidade e alegria”, finaliza.

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